O sorriso estético é aquele que apresenta certa correlação harmônica entre forma, cor dos dentes, lábios e gengiva. Os elementos para um sorriso com estética agradável, têm sido considerados em alguns estudos. A maior parte desses mostra que durante o sorriso, o lábio superior deve posicionar-se ao nível da margem gengival dos incisivos centrais superiores e que somente ao atingir 4mm de exposição gengival o sorriso é considerado antiestético. Quando o indivíduo apresenta mais de 3mm de exposição gengival durante o sorriso, esse é denominado sorriso gengival (SENISE et al., 2015).
A altura do sorriso é influenciada pelo sexo e pela idade. Existem evidências que as mulheres apresentam sorrisos mais altos do que os homens, essa condição regride gradualmente com a idade como consequência do aparecimento de flacidez dos lábios superiores e inferiores. É importante que o profissional esteja atento à causa do sorriso gengival. Apenas após um correto diagnóstico acerca de qual fator etiológico está presente em cada caso é que se pode propor um plano de tratamento adequado. As possíveis causas para um sorriso gengival incluem hiperplasia gengival, erupção passiva alterada, extrusão dento alveolar anterior, crescimento vertical excessivo da maxila, lábio curto e hiperatividade do lábio superior. Em alguns casos esses fatores encontram-se associados (SENISE et al., 2015).
Existem fatores a serem obrigatoriamente considerados durante a avaliação clínica dos pacientes com queixa de sorriso gengival. Entre eles podem ser citados: distância interlabial em repouso; exposição dos incisivos superiores durante o repouso e a fala; arco do sorriso; proporção largura/comprimento dos incisivos superiores; características morfofuncionais do lábio superior.
A fisiopatologia do sorriso gengival ocorre devido à uma hiperatividade do lábio superior devido a um excesso de força dos músculos levantadores do lábio nasal superiores ou depressores do septo nasal (SENISE et al., 2015) para isto diversos procedimentos médicos, estéticos e odontológicos são aderidos pela população.
Apresentado como um método simples, a toxina botulínica é amplamente usada na correção e prevenção alternativas causadas “pela contração muscular dos terços médio e inferior da face e pescoço, incluindo a exposição em excesso de gengiva” (SENISE et al., 2015). Muitos levam os fatores que direcionam a toxina botulínica como um método rápido e efetivo no tratamento do sorriso gengival, com efeito reversível. Por meio de uma injeção de toxina, na área de exposição gengival é ocorrido uma paralisia na gengiva pelos mecanismos apresentados neste trabalho. Esta neurotoxina possui alta afinidade pelas sinapses colinérgicas ocasionando um bloqueio na liberação de acetilcolina nos terminais nervosos celulares de acordo com Dall’magro et al. (2015) (KUHN DALL’MAGRO et al., 2015).
A aplicação da toxina botulínica na odontologia na condição do sorriso gengival é de suma importância para o desenvolvimento de rápidas tecnologias médicas, além de ser um método rápido e simples por meio das aplicações na rede gengival a fim de movimentos estéticos, um método pouco invasivo, que pode apresentar bons resultados, porém com um tempo restrito de duração dos seus efeitos.
Podemos concluir, portanto , que apesar da toxina ser uma prática recente na odontologia, a mesma se mostrou uma ferramenta poderosa e de grande importância no tratamento de sorriso gengival, que leva a altos níveis de satisfação do paciente, melhorando a qualidade de vida e ao mesmo tempo a autoestima.
*Texto retirado do TCC intitulado TOXINA BOTULÍNICA EM SORRISO GENGIVAL, da aluna da Especialização em Harmonização Orofacial Uniavan realizada no CPCD – Centro de Pós-graduação do Cirurgião Dentista, Dra Daniele Maris Braga Ribeiro, sob a orientação da Profa. Dra Alessandra Trindade. Julho/2021.
Colaboração editorial: Dra Soraia Amaral
